segunda-feira, 3 de março de 2008

Ernesto

Ah, Ernesto..... Ernesto é de uma complexidade tamanha, que me faz pensar e repensar por onde devo começar esse texto.
Talvez momentos vividos sejam uma boa idéia! Quantas conversas, quantos desabafos, quantas cervejas, quantas risadas, quantas modas de violas cantadas na madrugada [madrugada fria, onde tremíamos ao abrir os vidros e colocar os braços para fora, mas não teria sido a mesma coisa se não fosse o frio]. Quantos momentos tão simples, porém tão fortes. Quantos bom dias passados em branco, quantos sustos com seus momentos “machistas”, quantas vezes percebi e percebo que o que ele mais precisa é de silêncio, de respeito por seu espaço. Companheiro acima de qualquer coisa, parceiro até o final da batalha, amigo de todas as horas. Ernesto é assim, oscila entre o moleque brincalhão, o trabalhador responsável, o homem romântico ou o cara que não quer papo com ninguém.
Parceiro, parceiro, parceiro e parceiro. Sempre! Independente do seu humor ou da nossa distância, esse é um daqueles relacionamentos que dificilmente será destruído. Não admito que me tirem ele [não que ele seja de minha propriedade, longe disso], mas não admito que qualquer pessoa entre na minha vida ou na dele e destrua isso. Se isso um dia acontecer, é que essa pessoa é tão pequena de espírito e incapaz de perceber o quanto vale uma verdadeira amizade, e de pessoas “pequenas” como essas eu quero distância. Abaixo, uma obra de Vinicius de Moraes que ao meu ver se encaixa perfeitamente na personalidade de Ernesto, fiel e leal sempre, seja com os amigos, com a família ou com um amor:



SONETO DE FIDELIDADE

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vive-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Do seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

(Vinícius de Morais)

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