domingo, 23 de março de 2008

Camila

Ela sabe que tenho vontade de espanca-la. Isso mesmo, espanca-la! Eu acho um absurdo o quanto ela é bonita, o que é uma falta de solidariedade tamanha para com as outras mulheres. Sendo assim, está justificada a idéia do espancamento.
Agressões a parte, quero dizer o quanto admiro esta mulher. Ama incondicionalmente cada membro da sua grande família e os defende como um hipopótamo-fêmea em defesa da sua cria. É minha parceira de revoltas com a forma de agir de alguns seres humanos. É minha parceira de cobranças pelo bom uso da língua portuguesa. É minha parceira de troca de olhares, quando queremos rir e não podemos. É linda e forte como poucas mulheres que conheço. Ama descobrir o mundo e suas inúmeras faces, tem sede de conhecimento e se encanta com as diferenças de culturas. Ao mesmo tempo, perdeu alguém especial e aprendeu que talvez não valha a pena ficar longe de quem se ama para conhecer o mundo. Ao menos que ela possa levar toda a família com ela.
Ah, eu já aprendi tanto com ela que ela nem imagina. Muitas vezes, ela enxerga em mim o que eu não consigo enxergar. Lembra-se da questão das cores? Eu me lembro bem... rss!
Dona de um humor refinado, outras vezes extravagantes, ela ilumina e descontrai qualquer ambiente em poucos minutos. Amante do Rock and Roll e de contabilidade, jogadora profissional de boliche, adoradora de comida chinesa, apaixonada por bolsas e salto alto, essa é a Camila.
Dia desses tivemos um desentendimento, ou melhor, nos entendemos bem, mas não ficamos muito felizes com esse entendimento, rss! Pensei bastante no ocorrido depois, e cheguei à seguinte conclusão: trata-se de uma briga daquelas que temos com os nossos irmãos na infância, ou até depois de adulto. A proximidade nos trás uma intimidade que causa esse tipo de situação. Portanto, só posso dizer que somos AMIGAS e por conta disso brigamos feito irmãs. Ela não sabe o quanto eu me orgulho disso...

terça-feira, 4 de março de 2008

Sofia

Sofia é a perfeita representação da beleza feminina. Uma beleza simples, sem artifícios ou ostentação. Sofia é dona de uma beleza leve, de uma beleza natural. Mas Sofia é muito mais do que isso, seu brilho está além da sua exuberância física.
Sofia vive no limite dos seus sentimentos. Se é pra chorar, então ela se descabela, se é pra rir, ela literalmente rola no chão, se é pra gritar, coitados dos vizinhos, se é pra dançar, que tirem todos os obstáculos da frente. Pode-se dizer que ela vive intensamente cada minuto da sua vida, como dizem que se deve viver. Sofia é dona de uma decência admirável, de uma lealdade tão nobre quanto à de Ernesto, citado no último texto [deve haver uma justificativa científica para isso..rs!].
Nossas confidências trocadas nos sábados à tarde sempre transformaram os simples sábados em momentos de expectativas por histórias vividas e desabafos.
Há quem deva dizer que Sofia é mais uma adolescente qualquer, com pensamentos fúteis e mesquinhos, pois a sua vivacidade e sua luz incomodam as pessoas fracas. E pessoas fracas existem...
Mas deixemos as pessoas fracas de lado. Sofia tem o dom de sofrer uma metamorfose ao subir nos palcos ou nas passarelas da vida. Então, quando menos se espera, Sofia deixa seu lado moleca “em baixo” com os simples expectadores e se transforma em uma linda mulher, uma artista consideravelmente profissional.
Talvez pessoas que estão em torno de Sofia se chateiem ao ler isso, mas poupar comentários, não é a idéia desse Blog, portanto, deixo aqui declarado o que penso ao olhar essa grande menina: Há tanta coisa pra se conhecer nesse mundo, há tanta coisa pra se ver, pra se tocar, há tantas experiências a serem vividas, e o mundo parece tão pequeno aos seus olhos. Vejo uma constante busca de vida, sonhos [por mais que não definidos por completos ainda], mas sonhos que instigam sua curiosidade e sua busca por momentos intensos, que sempre acompanharão sua vida. As pessoas próximas que me perdoem, mas essa moleca é do mundo.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Ernesto

Ah, Ernesto..... Ernesto é de uma complexidade tamanha, que me faz pensar e repensar por onde devo começar esse texto.
Talvez momentos vividos sejam uma boa idéia! Quantas conversas, quantos desabafos, quantas cervejas, quantas risadas, quantas modas de violas cantadas na madrugada [madrugada fria, onde tremíamos ao abrir os vidros e colocar os braços para fora, mas não teria sido a mesma coisa se não fosse o frio]. Quantos momentos tão simples, porém tão fortes. Quantos bom dias passados em branco, quantos sustos com seus momentos “machistas”, quantas vezes percebi e percebo que o que ele mais precisa é de silêncio, de respeito por seu espaço. Companheiro acima de qualquer coisa, parceiro até o final da batalha, amigo de todas as horas. Ernesto é assim, oscila entre o moleque brincalhão, o trabalhador responsável, o homem romântico ou o cara que não quer papo com ninguém.
Parceiro, parceiro, parceiro e parceiro. Sempre! Independente do seu humor ou da nossa distância, esse é um daqueles relacionamentos que dificilmente será destruído. Não admito que me tirem ele [não que ele seja de minha propriedade, longe disso], mas não admito que qualquer pessoa entre na minha vida ou na dele e destrua isso. Se isso um dia acontecer, é que essa pessoa é tão pequena de espírito e incapaz de perceber o quanto vale uma verdadeira amizade, e de pessoas “pequenas” como essas eu quero distância. Abaixo, uma obra de Vinicius de Moraes que ao meu ver se encaixa perfeitamente na personalidade de Ernesto, fiel e leal sempre, seja com os amigos, com a família ou com um amor:



SONETO DE FIDELIDADE

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vive-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Do seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

(Vinícius de Morais)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Murilo

Não poderia fazer escolha melhor do que esta. Pra começar, foi no Blog dele que li o tal comentário sobre os idiotas e seus Blogs. Murilo é uma daquelas pessoas que geralmente acreditamos que não existe mais. Sabe aquelas que têm o coração cheio de boas intenções?? Pois é, ele é assim. Quando conheci Murilo [ele sabe que não foi das maneiras mais comuns] ganhei um imenso presente. A princípio, o seu bom humor foi o que mais me encantou, sua maneira descontraída de enxergar a vida. Com o passar do tempo, fui percebendo que ele é muito mais do que uma pessoa bem-humorada.
Sabe, quando olho Murilo [faz tempo que não o vejo!], vejo uma pessoa leve, tranqüila. Vejo Murilo em uma daquelas casas que não têm grades, nem guaritas de segurança, apenas aquelas cerquinhas brancas de madeira com 90cm de altura.
Murilo me faz bem! Apesar de estar longe, me faz bem..
A vida às vezes se encarrega de distanciar as pessoas, por este ou aquele motivo. Murilo está longe, mas essa distância geográfica não é suficiente pra me fazer esquecê-lo. Aliás, nem que eu tenha 114 anos de idade [e olha que isso seria em 2099] me esqueceria de Murilo.
Ele deve se lembrar do dia em que passei no vestibular, ele me ligou, me parabenizando e isso me fez um bem danado. Tentei ensina-lo a comer pão com leite condensado, mas creio que ele ainda não tenha se arriscado [não sabe o que está perdendo..rs!]. Murilo tem a educação de um Lord. Murilo é dono de uma inteligência admirável, além de uma característica forte que é o constante questionamento. Ele não deve imaginar o quanto é gratificante receber um sms de Feliz Natal dele. Murilo é verdadeiro..
Recentemente, me chateei com um acontecimento em que Murilo estava diretamente ligado, ele me escreveu e algumas de suas palavras me deixaram triste. Mas passou, depois de repensar e levar em consideração as circunstancias, entendi Murilo [e falo isso de verdade!].
Ah Murilo, eu tiro meu chapéu pra você, sem a dúvida alguma e te respeito e vou te respeitar sempre pelo ser humano incrível que é!
Ainda há mais pra dizer sobre Murilo, mas por hora é só.

Introdução

A idéia de criar um Blog surgiu a partir de um comentário postado em um Blog de um amigo meu: “Um dia todo idiota vai ter seu Blog!”. Deixo aqui meus humildes e sinceros agradecimentos ao autor do comentário.
Diferente da maioria dos Blogs, este não vai expor comentários sobre curiosidades, acontecimentos históricos, políticos ou coisas do gênero. Entrelinhas vai tratar exclusivamente de pessoas. Pessoas que marcaram ou marcam minha vida de alguma maneira.
Não necessariamente todas as pessoas citadas aqui me trazem boas lembranças, pois nem tudo são flores, e que bom que é assim, ou a vida seria uma chatice.
Optei por usar pseudônimos em todos os textos por motivos óbvios, além de colaborar com a minha falta de criatividade para com títulos..Rss! Portanto, para cada pessoa será adotado um nome aleatoriamente, mas que seguirá em todos os textos com o mesmo.
E por falar em títulos, Entrelinhas foi escolhido pelo simples fato de que as pessoas nem sempre saberão se são ou não são o núcleo do texto. Em alguns casos, contarei uma ou outra experiência que já vivemos, mas o que é importante pra mim, pode ter caído no esquecimento para outra pessoa.
Vale ressaltar que nem todas as pessoas citadas aqui terão a chance de ler os textos, algumas já se foram, outras não tem acesso à internet, e há ainda aquelas que acham tudo isso uma grande besteira. Respeito quem pensa desta maneira, mas defendo a idéia de que as pessoas vão embora, de uma forma ou de outra, mas vão, se afastam de nós, e expressar meus pensamentos sobre o que elas significam pra mim enquanto elas estão por perto para ver é uma forma singela de homenageá-las.Sejam bem-vindos!